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A pandemia e o impacto na contabilidade das empresas
A rápida e letal disseminação da covid-19 pegou muitos empresários de surpresa. Ainda que estivéssemos esperando o vírus chegar ao Brasil, depois das milhares de mortes na China e Europa, o impacto econômico causado por algo invisível a olho nu tem gerado comoção nacional.
De um lado as autoridades de Saúde alertam, constantemente, sobre a necessidade do isolamento social e da paralisação das atividades sociais e econômicas até que a pandemia diminuía. De outro, o governo está preocupado com os estragos causados pela paralisação da máquina pública. No meio está a sociedade, o desemprego, a queda no faturamento, o caixa no vermelho e dezenas de empresas fechando as portas. Neste caos, quem sobreviverá?
No que diz respeito à contabilidade, ainda que receba alguns respingos da crise, sobreviverão aquelas empresas com histórico de planejamento, organização financeira, fiscal e tributária, ou seja, empresas que estão, desde sempre, com as obrigações em dia. A regra é simples: custa caro, mas, em um momento de crise como este, é o que separa quem está preparado e quem não está. Conhecemos a carga tributária brasileira e como ela é pesada. Por isso, é sempre importante dizer que planejamento é essencial desde o início da abertura de uma empresa.
É preciso ter um departamento pessoal bem estruturado para evitar demissões em massa e, caso seja necessário seguir por este caminho, a organização facilita a tomada de decisão e o cumprimento das obrigações trabalhistas.
Também devemos citar a preservação do caixa como uma das principais medidas para este período. É o momento de aproveitar os benefícios oferecidos pelo governo, como o adiamento de pagamento de tributos. O caixa da empresa deve estar blindado para que a operação possa ser avaliada em um segundo momento.
Entre as medidas econômicas emergenciais de maior impacto anunciadas pelo governo para as empresas, estão:
· Postergação do FGTS;
· Antecipação de férias individuais;
· Regulamentação simplificada do teletrabalho ou home office;
· Postergação do imposto devido no Simples Nacional;
· Postergação PIS/COFINS/INSS Patronal;
· Financiamento de folha de pagamento para pequenas e médias empresas.
Esses são alguns exemplos que estão beneficiando as empresas e que, se a crise perdurar, devem salvar o funcionamento de muitos setores. O essencial é que o empresário se mantenha consciente e busque ferramentas disponíveis para não perder as rédeas da situação.
Quando a pandemia acabar – e esperamos que não demore muito – a visão de negócio da grande maioria dos empresários será outra. Que o bom senso e a organização prevaleçam sempre!
Por Marcus Vinícius Apóstolo, advogado e diretor da Itamaraty Contabilidade & Auditoria